"130 Anos CR&F - 53 Anos JM&S A minha história começou muito depois da CR&F. Assim, em 1972, na região do Dão, nasci e cresci. A aguardente sempre esteve na minha vida, desde na infância ser o primeiro remédio para os dentes (para bocejar, mas já provava) a uma vizinha com mais de 100 anos que todos as noites antes de dormir bebia o seu cálice de aguardente. Lembro-me de ver, nas velhas tabernas, garrafas especiais que, devido ao preço, iam permanecendo na prateleira. Afinal, as melhores aguardentes também eram produzidas artesanalmente, no alambique da minha rua. Embora esteja a falar da CR&F, não posso deixar mencionar a aguardente vinícola produzida primeiro pelo meu pai e, mais tarde, já com a minha ajuda. Continua a ser das melhores que já bebi: um sabor e um cheiro de infância que ainda hoje me levam a viajar no tempo. A minha história de colecionador começou em 2004, quando conheci o meu sogro, um grande colecionador, profundo conhecedor e verdadeiro perito, principalmente de vinhos generosos. Foi embaixador dos vinhos de uma grande ilha portuguesa, mas com uma bela coleção de aguardentes e bagaceiras que, obviamente, lhe fui confiscando - tudo ao abrigo da lei matrimonial, claro. Infelizmente, já não há muito CR&F, pois o que é bom é para se beber! As garrafas que “posaram” para a fotografia são as reservas que tenho cá no cofre de casa – e que, espero eu, algum dia um descendente venha a herdar... se eu não tiver sede antes. No entanto, na casa dos meus pais e na dos meus sogros há mais exemplares... ora para acompanhar um belo queijo da serra, na casa paterna, ou um doce rico bolo da Madeira, na dos meus sogros. A aguardente é um destilado que ainda hoje é olhado com algum desdém, seja por causa das bebidas das “grandes” potências ou, atualmente, pelas “bebidas” modernas. Para mim, porém, não há dúvida: a aguardente é o néctar dos deuses. Não a troco por nenhuma outra, venha de onde vier, tenha o rótulo que tiver. Mesmo proibido pelos médicos, ainda continuo a cheirar o néctar... Nota final: por cima da garrafa CR&F XO Fine &; Rare sou mesmo eu (Mas atenção: a garrafa é que é “Fine &; Rare”. Eu, na melhor das hipóteses, sou “Fantástico &; Raro”!)"